Interpretação do texto "Confidência do Itabirano" de Carlos Drummond de Andrade
10 Exercícios de Múltipla Escolha sobre o Texto Confidência do Itabirano
Confidência do Itabirano
Carlos Drummond de Andrade
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e em horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Leia atentamente o poema "Confidência do Itabirano" de Carlos Drummond de Andrade para responder às questões abaixo, escolhendo a única alternativa correta.
1. No primeiro verso, a distinção entre "vivi" e "nasci" em Itabira sugere que:
(a) o eu lírico teve uma experiência marcante ao viver na cidade.
(b) o nascimento na cidade tem um impacto mais profundo em sua identidade.
(c) o eu lírico passou a maior parte de sua vida fora de Itabira.
(d) a cidade de Itabira é apenas uma lembrança passageira.
2. A metáfora do "ferro" associada a Itabira representa, principalmente:
(a) a beleza natural e a riqueza da paisagem local.
(b) a força e a prosperidade econômica da região.
(c) a dureza, a melancolia e uma certa inflexibilidade.
(d) o desenvolvimento industrial e a modernidade da cidade.
(a) a beleza natural e a riqueza da paisagem local.
(b) a força e a prosperidade econômica da região.
(c) a dureza, a melancolia e uma certa inflexibilidade.
(d) o desenvolvimento industrial e a modernidade da cidade.
3. A expressão "alheamento do que na vida é porosidade e comunicação" indica uma:
(a) intensa vida social e cultural na cidade.
(b) dificuldade nas relações interpessoais e na troca de afetos.
(c) preferência do eu lírico pelo isolamento e pela introspecção.
(d) forte ligação entre os habitantes e a natureza local.
4. A "vontade de amar" do eu lírico é paradoxalmente associada às noites de Itabira que são:
(a) brancas, sem mulheres e sem horizontes, evocando solidão.
(b) tranquilas, propícias à reflexão e ao romance.
(c) animadas, com festas e encontros amorosos.
(d) estreladas, inspirando a contemplação e o desejo.
(c) animadas, com festas e encontros amorosos.
(d) estreladas, inspirando a contemplação e o desejo.
5. O "hábito de sofrer" é descrito como uma "doce herança itabirana", sugerindo uma relação de:
(a) revolta e indignação contra a dor.
(b) prazer masoquista no próprio sofrimento.
(c) aceitação resignada e familiaridade com a dor.
(d) constante busca por superar os momentos difíceis.
6. Dentre as "prendas" de Itabira oferecidas pelo eu lírico, a "pedra de ferro" simboliza:
(a) a fragilidade e a efemeridade da vida.
(b) a esperança de um futuro promissor e industrializado.
(c) a beleza artística e o valor cultural da região.
(d) a saudade da infância e dos tempos de abundância.
7. A mudança da condição de proprietário para "funcionário público" sugere uma:
(a) ascensão social e econômica do eu lírico.
(b) busca por estabilidade e segurança no presente.
(c) realização pessoal e profissional na nova carreira.
(d) perda de autonomia e uma ruptura com o passado.
8. A imagem de Itabira como "apenas uma fotografia na parede" contrasta com o sentimento de:
(a) indiferença e esquecimento da cidade natal.
(b) alegria e satisfação com a vida presente.
(c) intensa dor e ligação emocional persistente.
(d) desejo de retornar e reviver o passado.
9. O tom predominante da "Confidência do Itabirano" é de:
(a) exaltação e celebração da cidade natal.
(b) humor e ironia em relação ao passado.
(c) otimismo e esperança no futuro.
(d) nostalgia melancólica e ambivalência.
10. O poema explora a relação entre a identidade pessoal e o lugar de origem ao mostrar como:
(a) o eu lírico se libertou completamente das influências de Itabira.
(b) as características da cidade moldaram profundamente o ser do eu lírico.
(c) a identidade do eu lírico é construída independentemente de seu local de nascimento.
(d) o eu lírico idealiza a cidade de Itabira como um paraíso perdido.
(a) o eu lírico se libertou completamente das influências de Itabira.
(b) as características da cidade moldaram profundamente o ser do eu lírico.
(c) a identidade do eu lírico é construída independentemente de seu local de nascimento.
(d) o eu lírico idealiza a cidade de Itabira como um paraíso perdido.
Gabarito:
1. b) o nascimento na cidade tem um impacto mais profundo em sua identidade.
2. c) a dureza, a melancolia e uma certa inflexibilidade.
3. b) dificuldade nas relações interpessoais e na troca de afetos.
4. a) brancas, sem mulheres e sem horizontes, evocando solidão.
5. c) aceitação resignada e familiaridade com a dor.
6. b) a esperança de um futuro promissor e industrializado.
7. d) perda de autonomia e uma ruptura com o passado.
8. c) intensa dor e ligação emocional persistente.
9. d) nostalgia melancólica e ambivalência.
10. b) as características da cidade moldaram profundamente o ser do eu lírico.