Interpretação do poema Poética - exercícios de múltipla escolha com gabarito

10 Questões de Múltipla Escolha sobre o Poema "Poética" (Manuel Bandeira)

POÉTICA
Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo
e manifestações de apreço ao Sr. diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar
com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às
mulheres, etc

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Após a leitura do poema "Poética", de Manuel Bandeira, responda às questões abaixo:

1. O eu lírico inicia o poema expressando um sentimento de cansaço em relação a um tipo de lirismo que ele descreve como:
(a) inovador e transgressor das normas poéticas.
(b) tradicional, formal e excessivamente controlado.
(c) engajado em questões sociais e políticas relevantes.
(d) marcado pela intensidade emocional e pela subjetividade.

2. A comparação do lirismo com a figura do "funcionário público com livro de ponto expediente protocolo / e manifestações de apreço ao Sr. diretor" sugere uma crítica à:
(a) rigidez, burocracia e falta de espontaneidade na poesia.
(b) importância da disciplina e da organização na arte.
(c) necessidade de reconhecimento e aprovação do público.
(d) valorização do trabalho árduo e da dedicação do artista.

3. A aversão do eu lírico ao lirismo que "para e vai averiguar no dicionário / o cunho vernáculo de um vocábulo" revela uma defesa da:
(a) erudição e do domínio da norma culta da língua.
(b) liberdade na escolha das palavras e na expressão poética.
(c) importância da correção gramatical e da pureza da linguagem.
(d) necessidade de seguir as regras da versificação clássica.

4. A afirmação "Abaixo os puristas" expressa um posicionamento contrário à:
(a) valorização da diversidade linguística e das inovações na linguagem.
(b) busca pela precisão e clareza na comunicação poética.
(c) defesa de uma norma linguística rígida e da exclusão de estrangeirismos e neologismos.
(d) preocupação com a sonoridade e o ritmo das palavras no poema.

5. A valorização de "todas as palavras sobretudo os barbarismos universais / Todas as construçõs sobretudo as sintaxes de exceção / Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis" indica uma:
(a) preferência por temas grandiosos e solenes.
(b) busca por uma linguagem poética mais ampla, livre e experimental.
(c) defesa da poesia hermética e de difícil interpretação.
(d) exaltação da poesia tradicional e das formas fixas.

6. O lirismo "namorador / Político / Raquítico / Sifilítico" é rejeitado por capitular:
(a) à beleza estética e à busca pela perfeição formal.
(b) à expressão dos sentimentos pessoais e da subjetividade.
(c) a elementos externos à própria essência da poesia.
(d) à tradição literária e aos cânones estabelecidos.

7. O eu lírico contrapõe ao lirismo rejeitado o "lirismo dos loucos / O lirismo dos bêbedos / O lirismo difícil e pungente dos bêbedos / O lirismo dos clowns de Shakespeare", sugerindo uma busca por uma poesia:
(a) que explore a marginalidade, a intensidade e a complexidade humana.
(b) marcada pela racionalidade e pelo equilíbrio.
(c) que se paute pela correção gramatical e pela clareza.
(d) que exalte a natureza e os sentimentos bucólicos.

8. A comparação com os "clowns de Shakespeare" pode indicar um lirismo que incorpora:
(a) a alegria e a celebração da vida de forma direta.
(b) a tristeza, a ironia e a profundidade por trás da máscara.
(c) a beleza clássica e a harmonia formal.
(d) a simplicidade e a pureza da linguagem infantil.

9. A frase final "— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação" revela o desejo de uma poesia que seja:
(a) submissa a regras e convenções literárias.
(b) engajada em causas sociais de forma didática.
(c) focada na descrição objetiva da realidade.
(d) autêntica, transgressora e capaz de romper com as limitações.

10. O poema "Poética" de Manuel Bandeira pode ser interpretado como um manifesto em favor da:
(a) retomada dos ideais parnasianos de arte pela arte.
(b) defesa de um lirismo sentimental e excessivamente pessoal.
(c) busca por uma poesia moderna, livre e conectada com a experiência humana em sua totalidade.
(d) exaltação da poesia épica e da narrativa em versos.

GABARITO:

1. b) tradicional, formal e excessivamente controlado.
2. a) rigidez, burocracia e falta de espontaneidade na poesia.
3. b) liberdade na escolha das palavras e na expressão poética.
4. c) defesa de uma norma linguística rígida e da exclusão de estrangeirismos e neologismos.
5. b) busca por uma linguagem poética mais ampla, livre e experimental.
6. c) a elementos externos à própria essência da poesia.
7. a) que explore a marginalidade, a intensidade e a complexidade humana.
8. b) a tristeza, a ironia e a profundidade por trás da máscara.
9. d) autêntica, transgressora e capaz de romper com as limitações.
10. c) busca por uma poesia moderna, livre e conectada com a experiência humana em sua totalidade.


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